Africa-Press – São Tomé e Príncipe. No dia do funeral na capital são-tomense, centenas de pessoas juntaram-se no Parlamento para homenagear Evaristo Carvalho, um « grande homem de estado », « humanista », « um político exemplar ».
O Parlamento são-tomense acolheu este sábado (04.06) a sessão solene de homenagem ao ex-Presidente são-tomense Evaristo Carvalho, uma cerimónia em que os titulares dos órgãos de soberania destacaram as qualidades do antigo chefe de Estado e seu contributo para o país.
A sessão solene juntou centenas de personalidades, entre deputados, membros do Governo, familiares e populares, e foi marcada pelos discursos do primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, do presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves e do Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova.
Jorge Bom Jesus considerou que o ex-Presidente foi « grande homem de estado » de « personalidade ‘sui generis’ que a história de São Tomé e Príncipe já absorveu incondicionalmente ».
« O malogrado presidente Evaristo foi um homem bom, humanista, democrata, íntegro, símbolo de paz, de pontes de diálogo, arquiteto de consensos, princípios inabaláveis, sólidas convicções, ‘forro’, nacionalista e anticolonialista », afirmou o primeiro-ministro.
Jorge Bom Jesus realçou que Evaristo Carvalho « sempre serviu com zelo, dedicação, brio e competência a administração pública e privada, os governos, os partidos políticos, a causa pela independência » e « a Nação são-tomense, sem nunca se servir ».
Manter a lembrança viva
O presidente do Parlamento são-tomense, Delfim Neves, realçou a presidência de Evaristo Carvalho na Assembleia Nacional e o seu percurso na chefia de várias instituições do país considerando que o ex-presidente « terá deixado bem vincado o seu caráter pessoal, marcado pela crença no diálogo como solução mais viável para resolver as conflitualidades ».
« Evaristo Carvalho foi um político exemplar que lutou por grandes causas do nosso país, sempre ajudando a construir e a consolidar a nossa democracia, buscando repudiar a invulgar hostilidade entre os são-tomenses », destacou Delfim Neves.
« Se fizermos uma introspeção cada um de nós reconhecerá que poderíamos ter feito mais e melhor enquanto Evaristo Carvalho esteve em vida até para que a sua obra ganhasse uma dimensão ainda maior. Não foi possível e todos sabemos que o que se fez contribuiu para a vida que ele levou e o legado que deixou », disse o Presidente da República, Carlos Vila Nova.
O chefe de Estado são-tomense destacou os conselhos que recebeu de Evaristo Carvalho e assegurou que tomou a « opção pessoal » de manter a lembrança do ex-presidente viva.
Adeus à terra natal
Por outro lado, Carlos Vila Nova reconheceu e agradeceu « o empenho » do Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa pelas tentativas feitas para realizar o pedido de Evaristo Carvalho que quis retornar à sua terra natal ainda em vida.
As cerimónias fúnebres do ex-Presidente de São Tomé e Príncipe Evaristo Carvalho terminam este sábado, com o enterro no cemitério do Alto de São João, na capital são-tomense.
Após a sessão solene no Parlamento, seguiu-se uma revista das tropas e um curto percurso fúnebre que passou pela residência oficial, sede do partido Ação Democrática Independente (ADI), de que Evaristo Carvalho foi vice-presidente até a Sé Catedral, onde decorreu uma cerimónia religiosa.
Após a missa, o cortejo deslocou-se a Santana, terra natal de Evaristo Carvalho, acompanhado dos militares da guarda de honra e banda das Forças Armadas de São Tomé e Príncipe e regressou depois à capital para o enterro.
Eleito Presidente de São Tomé e Príncipe em 18 de julho de 2016, Evaristo Carvalho exerceu o mandato até 02 de outubro de 2021, quando lhe sucedeu Carlos Vila Nova. Evaristo Carvalho era um histórico da política são-tomense, tendo sido, por duas ocasiões, primeiro-ministro em governos de iniciativa presidencial e presidente da Assembleia Nacional.
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